ARRUDA
Também conhecida como arruda-dos-jardins, arruda-fedorenta
ou ruta-de-cheiro-forte, a arruda é uma representante da Família das Rutáceas.
É uma planta considerada sub-arbustiva ou herbácea, lenhosa, que apresenta
caule ramificado, pequenas folhas verde-acinzentadas e alternadas. As flores
também são pequenas e de coloração amarelo-esverdeada. Originária da Europa,
mais especificamente do Mediterrâneo, a arruda se dá muito bem em solos
levemente alcalinos, bem drenados e ricos em matéria orgânica. A planta
necessita de sol pleno pelo menos algumas horas por dia. Sua propagação se dá
por meio de estacas ou sementes.
Trata-se de uma planta muito resistente que, se atendidas
suas necessidades básicas de cultivo, dificilmente apresentará problemas. A
colheita normalmente pode ser feita cerca de 4 meses após o plantio.
Quanto às propriedades medicinais da arruda é interessante,
antes de prosseguir, fazer uma observação: há séculos, divulga-se que a planta
apresenta propriedades muito ligadas ao desejo sexual masculino e feminino, mas
de formas diferentes: seria um anafrodisíaco (ou anti-afrodisíaco) para os
homens e um excitante para as mulheres. Ainda não foi possível comprovar a
veracidade dessas indicações, entretanto, nos escritos (datados de 1551) de Hieronymus
Bock, considerado um dos primeiros botânicos da história, havia a recomendação
para que monges e religiosos ingerissem a arruda, misturada aos alimentos e às
bebidas, para garantir a pureza e castidade. A verdade é que esta planta era
realmente muito abundante nos jardins dos mosteiros.
Uma substância chamada rutina é a responsável pelas principais propriedades da arruda.
Ela é usada para aumentar a resistência dos vasos sangüíneos, evitando rupturas
e, por isso é indicada no tratamento contra varizes. Popularmente, seu uso é
indicado para restabelecer ou aumentar o fluxo menstrual e, também, para
combater vermes. Como uso tópico, o azeite de arruda, obtido com o cozimento da
planta, é aplicado para aliviar dores reumáticas. Seu aroma forte e característico,
detestado por muita gente, é considerado um ótimo repelente, por isso a arruda
é colocada em portas e janelas para espantar insetos.
A arruda é, ainda, muito usada na medicina popular para
aliviar dores de cabeça e, segundo os especiaistas, isso pode ser explicado
porque ela apresenta um óleo essencial que contém undecanona,
metilnonilketona e metilheptilketona. Todas
essas substâncias de nomes complicados possuem propriedades calmantes e, ao
serem aspiradas, aliviam as dores e diminuem a ansiedade.
Apesar das propriedades medicinais conhecidas há séculos, o
uso interno desta planta é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda
pode causar hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos,
sonolência e convulsões. O efeito considerado "anticoncepcional" na
verdade é abortivo, pois provém da inibição da implantação do óvulo no útero,
sendo que a ingestão da infusão preparada com a arruda para esta finalidade é
muito perigosa e pode provocar fortes hemorragias.
Por incrível que pareça, a arruda também teve muita
aplicação na culinária: suas sementes e folhas eram usadas para enriquecer
saladas e molhos, em virtude das boas doses de vitamina C contidas na planta.
Seu uso era considerado uma defesa contra o escorbuto. Além disso, a planta
também servia para aromatizar vinhos.